Negligência, Imprudência e Imperícia: Entenda as diferenças e os impactos nas transportadoras

Negligência, Imprudência e Imperícia: Entenda as diferenças e os impactos nas transportadoras

Negligência Imprudência e Imperícia são palavras diretamente ligadas à redução de custo quando o assunto é Gestão de frete, uma vez que essas palavras refletem o contexto de multas (infrações de trânsito).

Evitar multas é um trabalho que existe conscientização dos profissionais da transportadoras, bem como regras internas bem definidas.

Dentro do popular “juridiquês” (linguagem jurídica), como você deve saber, existem dois termos muito utilizados para classificar contextos de infrações ou crimes:

  1. Culposo
  2. Doloso

Sendo respectivamente o primeiro relacionado a culpa (infração sem intenção por descuido, falta de atenção ou falta de especialização); e o segundo relacionado dolo (a intenção prévia de cometer tal infração).

Trazendo isso para o contexto de transportes, vamos observar neste artigo o contexto 1) Culpa, a qual pode ser classificada nos três eixos (Negligência Imprudência e Imperícia) que abordamos na introdução deste artigo:

  • Negligência
  • Imperícia 
  • Imprudência

Iremos olhar para cada um desses eixos (Negligência Imprudência e Imperícia) e relacioná-los com as boas práticas que precisam ser adotadas por transportadoras que primam  pela redução de custos em suas práticas financeiras.

Table of Contents

Negligência

A significado dessa palavra remete à infração cometida por alguém que não observou as práticas corretas, e por desleixo ou falta de atenção, executou uma ação errada.

Dos três eixos citados neste artigo (Negligência Imprudência e Imperícia)

Dentro do contexto do trânsito, a imprudência poderia ser, por exemplo, entrar em uma via de contramão.

A falta de atenção do motorista em relação às placas de trânsito podem levá-lo a entrar em vias proibidas e como sabemos, a falta de atenção pode resultar em fatalidades.

Outro ponto de negligência pode ser a falta de manutenção dos veículos da transportadora. A falta de revisão dos aspectos dos pneus, por exemplo, podem deixar o veículo à mercê de uma situação de perigo.

Há muitos casos em que o estouro do pneu resulta em um veículo desgovernado capaz de cometer fatalidades em seu trajeto, além da perda material relacionada às cargas transportadas.

Esses e muitos outros contextos podem resultar em multas gravíssimas, que consequentemente geram custos extras para a transportadora.

Qual o papel da transportadora diante do contexto de negligência?

Os casos apresentados na seção anterior são apenas alguns em meio a muitos outros contextos onde a negligência pode tomar grandes proporções que causam não somente danos materiais, mas também morais aos envolvidos, incluindo risco de morte.

Uma transportadora com uma visão protetiva e preventiva é capaz de listar todas as possíveis ocorrências e assim formatar um treinamento e conscientização aos motoristas.

Uma reciclagem de conhecimentos sobre as leis de trânsito é necessária para que todos entendam a responsabilidade que a transportadora tem com a segurança de todos.

Outra boa prática que uma transportadora deve adotar para evitar perdas e fatalidades por negligência é a manutenção periódica e programada dos veículos.

Existem Sistemas TMS que contam com este tipo de gestão de manutenção de veículos e calibração de equipamentos.

As empresas precisam ter um checklist mecânico e elétrico para submeter todos os veículos à avaliação antes de rodarem nas rodovias.

Uma manutenção preventiva pode identificar com antecedência um desgaste ou possível quebra de peças que possam prejudicar o veículo em rota.

Imprudência

Este contexto culposo diz respeito àquelas situações onde o motorista presume que existe a possibilidade de realizar um ato, mesmo sabendo dos riscos.

Um dos clássicos exemplos é o de expediente longo no qual o motorista dirige longas horas ininterruptas, ou seja, sem o devido descanso.

Mesmo sabendo que tal ação é indevida e que apresenta risco, o profissional segue viagem na intenção de cumprir seu itinerário, sendo imprudente com o risco de dormir em trânsito.

Outro caso que levou muitas transportadoras a terem danos irreparáveis por imprudência é o da conversão em lugares proibidos.

Em sua maioria, as transportadoras contam com veículos de grande porte em suas frotas, e como sabemos, a ultrapassagem realizada por caminhões ou carretas com cargas pesadas é sempre um contexto imprudente.

A imprudência ocorre quando o motorista entende o risco de realizar tal conversão, porém motivado pela pressa, decide assim mesmo arriscar a conversão.

Em ambas as situações, a transportadora pode ser a maior responsável pelo ato de infração, uma vez que tais veículos levam sua marca e reputação.

Qual o papel da transportadora no contexto de imprudência?

Assim como na seção anterior (Negligência), a transportadora pode atuar no contexto de imprudência por meio de conscientização e capacitação dos profissionais envolvidos no transporte.

Apesar de não ser diretamente responsável por cada caso imprudente, conforme abordamos anteriormente, a transportadora sempre será a maior responsável pela infração e seus consequentes danos.

Imperícia

Imperícia é a versão negativa da palavra “perícia” que significa “especialidade em alguma área de conhecimento”.

Os casos em que a imperícia resulta em infrações de trânsito são aqueles relacionados a motoristas que executam funções sem conhecimento prévio das regras.

Um exemplo muito latente no agronegócio, por exemplo, são as regras de transporte de gado.

Além de  toda a documentação necessária para o transporte de animais, existem boas práticas que devem ser seguidas para que não haja prejuízo para a empresa responsável pelo transporte, como por exemplo:

  • A velocidade no transporte animal deve ser moderada e constante para evitar atrito entre os animais.
  • As paradas devem ser realmente obrigatórias, pois o excesso de paradas do veículo pode deixar os animais em ambientes quentes, levando-os ao risco de desidratação e morte.
  • As rotas do transporte animal devem priorizar sempre rodovias em boas condições, visto que estrada ruins podem ocasionar atrito e queda dos animais e, dependendo dos danos, resultar em eutanásia.

Se um profissional de transporte não tem noção ou especialização em transporte de cargas sensíveis como esta apresentada acima, a transportadora corre o risco de ter uma carga importante sendo levada por alguém que pode colocar o serviço em risco.

Outro caso típico de de imperícia é o de motoristas que não possuem cursos de especialização para carregamentos de produtos químicos, que também são consideradas cargas sensíveis.

Uma direção sem especialidade neste tipo de carga pode levar a situações de despejo de produtos químicos no solo (poluição), bem como acidentes fatais.

Qual o papel da transportadora diante do contexto de Imperícia?

Dentre os três eixos Negligência Imprudência e Imperícia, este último é um dos que mais exige das transportadora uma atenção especial quanto aos seus processos de capacitação interna.

É primordial o processo de capacitação profissional específica nos casos em que a transportadora lida com cargas que exigem cuidados especiais.

Atualmente, a legislação brasileira de trânsito separa as habilitações em categorias para que os motoristas se especializem nos veículos, porém, não necessariamente o profissional estará habilitado para regras específicas de cargas especiais.

Os exemplos dados acima são perfeitos para ilustrar a quantidade de especialização que um motorista precisa para estar atento às regras da carga em questão.

Cursos para cargas perigosas devem ser prioridade dentro de uma transportadora que age neste meio.

Negligência Imprudência e Imperícia: evite danos morais, ambientais e financeiros

Se em algum momento no decorrer deste texto sobre Negligência Imprudência e Imperícia você enxergou qualquer vulnerabilidade em seu processo de transporte, a hora de agir é agora.

Adapte seus processos internos para que eles incluam momentos de capacitação ou até mesmo “reciclagem” de conhecimento sobre leis de trânsito e boas práticas de direção de cargas pesadas.

Quando sua transportadora possui uma postura preventiva em relação aos 3 eixos abordados aqui: Negligência Imprudência e Imperícia, certamente estará menos suscetível a infrações e danos materiais.

Realize revisão em seus processos e inclua o quanto antes esses momentos de capacitação.  Prevenção pode gerar lucro.

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